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quarta-feira, 6 de março de 2013

Carteira Recomendada – Trimestre Mar/Abr/Mai de 2013

 
A Carteira Recomendada para o Trimestre Mar/Abr/Mai de 2013 já não é nenhum segredo, já que publicamos sua composição há 5 dias nos comentários da postagem com os resultados dos 9 meses do Método GRIFO. Um fim de semana de viagem a lazer seguida por uma viagem a trabalho atrasou a publicação na data convencional (primeiro dia útil da composição), mas sem prejuízo da tempestividade das informações. Apesar de já revelada a surpresa, vamos à publicação formal.

Conseguimos, até o momento, concluir três Carteiras Trimestrais pelo Método GRIFO atendendo, com grande folga, ao nosso objetivo de superar o principal índice de referência do Mercado de Ações brasileiro, o Ibovespa. Na média, temos superado o índice em 2,6 pontos percentuais ao mês.

Após esses três trimestres de sucesso, no entanto, chegamos a um ponto bastante crítico na nossa análise, que nos força a tomar uma decisão no sentido de mudar algumas regras do Método GRIFO. “Não se mexe em time que está ganhando”. É claro que essa máxima passou pela minha cabeça, mas com a alteração do cenário, era imprescindível assumir os riscos de dessa mudança.

O que ocorreu foi que o número de empresas que passou pelos crivos dos indicadores fundamentalistas voltou a diminuir, e esse número decrescente a cada trimestre acaba prejudicando um pouco a diversificação proposta para nossa Carteira Recomendada. E pior, começaram a aparecer algumas empresas que, analisando pormenorizadamente seus balanços, não considerei que tinham a mesma margem de segurança das empresas que vínhamos selecionando até então. Isso me levou a repensar alguns dos parâmetros.

Acabei decidindo “afrouxar” um pouco os indicadores de liquidez, que eram “as mais finas peneiras” dentre os filtros utilizados. Os indicadores de liquidez avaliam a capacidade das empresas de pagar suas obrigações, principalmente as de curto prazo. Essa mudança proporcionou a entrada de uma nova gama de empresas, mas que ainda deveriam passar nos outros crivos. Com isso, verificamos em nossas análises que algumas empresas que apresentavam dados preocupantes em seus balanços acabaram passando em todos os crivos. E o mesmo aconteceu com as empresas do Setor Financeiro, onde apesar dos parâmetros não terem sido alterados em nada, entraram alguns bancos que considero muito ruins (não só como investidor, mas também como ex-cliente, como é caso do Santander).

O resultado não estava bom e resolvi que para compensar o afrouxamento dos indicadores de liquidez, deveria endurecer em outros aspectos. E o fiz quanto aos indicadores que medem os retornos (ROIC e ROE), e que avaliam a eficiência da empresa (capacidade de obter lucro a partir de seus investimentos e patrimônio). Com essa medida eu consegui eliminar essas empresas para as quais tinha torcido o nariz. E de quebra, consegui voltar ao número de vinte empresas selecionadas.

Quatro empresas saíram da Carteira GRIFO: Gerdau (GGBR3), Kepler Weber (KEPL3), Magnesita Refratários (MAGG3) e Rossi Residencial (RSID3). Devemos observar que apenas uma dessas quatro empresas já divulgou seus resultados do 4º trimestre de 2012 (a Gerdau), sendo que para as outras três, trabalhamos com os números do 3ºT/12.

A Kepler Weber (KEPL3) teve uma curta e vitoriosa passagem pelo nosso sistema. A empresa que foi a grande campeã de valorização do trimestre passado (+45,5%) “fez bonito e deixou o gramado ainda em condições de jogo”, pois seus indicadores continuam bons (embora os números ainda sejam referentes ao 3º trimestre de 2012). A empresa acabou deixando a carteira por razões de liquidez, já que teve uma queda grande no seu volume diário médio de negociações, ficando fora neste parâmetro.

A Magnesita Refratários (MAGG3) ficou de fora pelos filtros antigos. Já a Gerdau (GGBR3) e a Rossi Residencial (RSID3) saíram com o aperto já comentado dos índices de eficiência. Quisera eu ter feito esse ajuste no trimestre anterior, já que essas empresas foram justamente aquelas que deram os maiores prejuízos na última composição.

Quatro empresas saíram, cinco empresas entraram. Foram elas: Copel (CPLE3), Eternit (ETER3), Petrobras (PETR3), Editora Saraiva (SLED4) e Transmissão Paulista (TRPL4). A Eternit (ETER3) volta a Carteira GRIFO após seis meses de fora, mesmo ainda não tendo sido resolvida a questão sobre o uso do amianto crisotila. Todas as outras quatro empresas são estreantes (embora Petrobras e Editora Saraiva já tenham composto a carteira em momentos anteriores ao acompanhamento pelo blog). Interessante ressaltar que todas essas cinco empresas só entraram na Carteira Recomendada do Trimestre pelo afrouxamento dos critérios de liquidez.

A relação P/L média da nossa Carteira GRIFO se manteve em 9,2 (sofrendo um pequeno aumento, mas na casa dos centésimos) com as cotações de 28/02/2013. Já o P/L médio do Ibovespa subiu mais um pouquinho e era de 13,0 nessa mesma data. Essa diferença é um bom indicador de que nossa Margem de Segurança pode ter melhorado ainda mais com os novos parâmetros (só o tempo dirá).

E finalmente, vamos à apresentação da nova Carteira Recomendada pelo Método GRIFO para o Trimestre Mar/Abr/Mai de 2013:


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Como era nossa intenção, a Carteira ganhou em diversificação. Agora são nove os setores representados. Saiu o representante do setor de Máquinas e Equipamentos (Kepler Weber) e o último remanescente do setor de Siderurgia e Metalurgia (Gerdau). Em compensação, temos agora representantes dos setores de Energia Elétrica (Copel e Transmissão Paulista), Mídia (Editora Saraiva) e de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (Petrobras). Esta é a composição mais diversificada da Carteira GRIFO até agora.

A concentração no setor de Construção e Engenharia (35%) e no setor Financeiro (25%), no entanto, continua forte, tendo pequena redução para 60% da carteira. O número de empresas representantes de cada um desses setores continua o mesmo, sendo essa pequena diminuição da participação relativa fruto do aumento do número de empresas na Carteira Recomendada (de 19 para 20). As empresas do setor Financeiro continuam as mesmas da composição anterior, enquanto no setor de maior participação, Construção e Engenharia, a Rossi Residencial (RSID3) deu lugar a Eternit (ETER3).

Com a saída da Magnesita Refratários (MAGG3), o setor de Materiais Diversos perde participação e fica somente com a Companhia Providência (PRVI3) como representante. A terceira maior participação da Carteira Recomendada fica então com o setor estreante de Energia Elétrica, que entrou com dois representantes, Copel (CPLE3) e Transmissão Paulista (TRPL4), abarcando 10% da Carteira.

Veja como fica o novo gráfico setorial da Carteira Recomendada pelo Método GRIFO:

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Apesar desse aumento da diversificação ainda temos grande concentração em dois setores da economia, o que pode gerar novos descolamentos do índice Ibovespa, até com grandes amplitudes. É arriscado, mas acreditamos na Margem de Segurança oriunda das análises do Método GRIFO. Se as mudanças dos parâmetros irão afetar nossos resultados, só saberemos ao final de Maio/13.

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